Margarita Manterola
URL: https://www.marga.com.ar/blogEmail: marga@debian.org
Há quanto tempo você usa Debian?
Eu uso o Debian desde 2000. No começo, eu era apenas uma usuária
comum, mas com o tempo me envolvi mais, primeiro relatando bugs,
depois enviando patches e, em 2004, comecei a manter pacotes.
Um ponto de virada na minha vida foi a DebConf4 no Brasil,
onde eu pude conhecer muitos(as) desenvolvedores(as) Debian, colocar
rostos nos nomes e aprender muito sobre como o Debian funciona.
Eu recomendo que as pessoas participem da DebConf e conheçam
pessoas lá. Já faz muito tempo, e a essa altura, tenho a
sensação de que o pessoal do Debian faz parte da extensão da minha família.
Você é uma desenvolvedora Debian?
Sim. Eu me tornei uma desenvolvedora Debian em 13 de novembro de 2005.
Em quais áreas do Debian você está envolvida?
Eu mantenho alguns pacotes, mas não muitos, o principal em
relação a empacotamento que faço é participar da equipe que
mantém o ambiente de desktop Cinnamon.
Além disso, estive envolvida ativamente na organização de
várias DebConfs, particularmente na DebConf8, que ocorreu
no meu país, Argentina. Mais tarde mudei-me para a Alemanha e
também participei ativamente da organização da DebConf15, em
Heidelberg. Além disso, gosto particularmente de fazer QA:
fiz muitos NMUs para corrigir bugs de RC em
pacotes que não eram adequados para um lançamento, e geralmente me
divirto muito participando de festas de caça a bugs (bug squashing
parties). Eu sou parte da equipe antiassédio, tentando fazer do
Debian um lugar seguro, onde todas as pessoas sejam bem-vindas e possam se
expressar. Também faço parte do Comitê Técnico, que é o órgão que
ajuda a tomar decisões técnicas difíceis.
O que te fez se interessar em trabalhar com o Debian?
A filosofia do software livre. Eu gostei do fato de ter sido
desenvolvido por uma comunidade, e não por uma empresa, e que
minhas contribuições poderiam ser aceitas se fossem corretas.
Além disso, a mágica do apt-get e o imenso repositório. Eu
normalmente tenho a percepção de que, se algo não está no Debian,
não vale a pena usá-lo (e, se estiver, então posso assumir minha
responsabilidade de garantir que ele seja empacotado e feito upload).
O que me mantém interessada em trabalhar no Debian ao longo dos
anos é que sempre há mais trabalho a ser feito, mais software para
entrar no Debian, mais bugs para corrigir, mais novas ideias para
experimentar.
Você tem algumas dicas para mulheres interessadas em se envolver mais com o Debian?
Há muitas coisas para fazer no Debian, e geralmente a parte mais difícil é encontrar onde você se encaixará. Por exemplo, se você gosta de programação, procure uma equipe que mantenha pacotes na linguagem de programação que você gosta e junte-se a ela. Se você é como eu e gosta de corrigir muitos bugs pequenos, consulte a lista de bugs e tente encontrar a solução para um. Existem muitos bugs fáceis, e as pessoas ficarão realmente agradecidas por você ter dedicado um tempo para corrigir os bugs. Mas mesmo se você não gosta de programar ou de correção de bugs, há muitas coisas a fazer. Precisamos de melhor design gráfico, precisamos de melhor documentação, precisamos de traduções e muitas outras coisas.
Um pouco mais sobre você...
Tenho sido principalmente uma programadora Python há mais de 10 anos.
Morei na Argentina até 2012 e depois me mudei para Munique, na Alemanha,
para trabalhar no Google como engenheira de confiabilidade de site.
Sou casada com Maximiliano Curia (outro DD) desde 2004 (DebConf4 foi
a nossa viagem de lua de mel!)